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Condromalácea Patelar


A condromalácia patelar (também conhecida como síndrome da dor patelo-femoral, ou "joelho de corredor") consiste em uma doença degenerativa da cartilagem articular da superfície posterior da patela.

O termo vem do latim e significa, em sua essência, “amolecimento da cartilagem”. Muito comentada e estudada desde o início dos anos 90 com o advento da Ressonância Nuclear

Magnetica como ferramenta diagnostica de lesões no joelho.Dentre o rol de doenças do joelho da mulher corredora, esta estaria intimamente ligada ao valgo dinâmico e, infelizmente, tratada de maneira incorreta em muitos casos.

Acredita-se que a doença desenvolva-se a partir do contato excessivo da cartilagem da rótula que estaria lateralizada em relaçao ao seu “trilho”, a tróclea femoral. A distribuição desigual dos pontos de pressão causaria, em longo prazo, morte celular e desarranjo da matriz extra-celular, com consequentes sintomas de dor, creptação ou sensação semelhante a “areia” dentro do joelho, estalos e, às vezes, falseios.

No início, a lesão dá-se por amolecimento da cartilagem. A seguir, podem haver ulcerações, fissuras, terminando com o desgaste de toda sua espessura, evoluindo,assim como qualquer lesão cartilaginosa, para a osteoartrose.

Os graus

Segundo a classificação descrita por Outerbridge (1961), existem 4 níveis de condromalácia patelar, de acordo com o estágio de deterioração da cartilagem.1 - amolecimento da cartilagem e edemas.

Este estagio é considerado como normal por quase todos os autores e estaria presente em quase toda a população acima de 20 anos de idade.2 - fragmentação de cartilagem ou fissuras com diâmetro < 1,3cm de diâmetro3 - fragmentação ou fissuras com diâmetro > 1,3cm4 - erosão ou perda completa da cartilagem articular, com exposição do osso subcondral

O que se sente?

Os principais sintomas são: dor profunda no joelho, as vezes irradiada para a região posterior, desencadeada na corrida e, posteriormente, ao subir e descer escadas, ao levantar-se de uma cadeira, muitas vezes restringindo para atividades da vida diária. Crepitação e estalos, muitas vezes audíveis sao comuns.

Quando existe o acumulo de líquido dentro do joelho, conhecido popularmente como “água no joelho”, indica agravo da doença com uma complicação comum denominada sinovite, uma reação inflamatória da membrana sinovial que reveste o joelho.

Como se trata?

O tratamento fundamenta-se na detecção da presença valgo dinâmico e de desequlibrios musculares através do exame físico minucioso, com atenção especial para a musculatura do quadril feminino, observando-se a postura adotada no movimento de descida, detecção de pisada muito pronada pelo teste de baro-podometria e avaliação do equilíbrio muscular entre musculatura anterior da coxa (extensores do joelho) e posterior (flexores), através do teste de força ou avaliação isocinetica.

A reabilitação envolve recursos antiinflamatorios iniciais como o laser e o ultrassom, seguidos da ativação de grupos musculares enfraquecidos, muitas vezes com auxilio da eletroterapia (correntes russa ou australiana), seguida do fortalecimento e aumento do tempo de ativação de grupos musculares através dos treinos proprioceptivos e pliométricos. Muitas vezes, o uso do salto alto deve ser reduzido por determinado período e pisadas muito pronadas ou muito supinadas também devem ser tratadas.

Tratamento

O tratamento cirúrgico da condromalácia patelar nunca deve ser a primeira opção no tratamento da doença e se reserva aos casos de quem não melhorara com a reabilitaçãobem feita, com defeito cartilaginoso de graus 3 ou 4 e com encurtamento crônico da retinacula lateral (tecido que segura a patela na região externa).

Nestes casos, através da artroscopia do joelho pode se realizar a regularização da cartilagem lesada, retirada de corpos livres e a soltura da retinacula encurtada, procedimento chamado de “release lateral”.

Terapias adjuvantes como a aplicação intra-articular de acido hialurônico no período pós-operatorio auxilia no tratamento e previne a recidiva de sintomas.

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